A ansiedade faz parte da vida — todo mundo já sentiu aquele frio na barriga antes de uma prova, uma entrevista ou uma decisão importante. Mas quando esse sentimento começa a tomar conta do dia a dia, atrapalha o sono, o apetite, a concentração ou os relacionamentos… é hora de buscar ajuda profissional.
Muita gente se pergunta: “Qual o médico que trata ansiedade?”
Essa é uma dúvida muito comum — e neste artigo, você vai entender qual profissional procurar, como é o tratamento, o que esperar da primeira consulta e muito mais. Vamos lá?

Qual o médico que trata ansiedade?
O médico que trata ansiedade é o psiquiatra. Ele é o profissional mais indicado para avaliar os sintomas, fazer um diagnóstico preciso e, se necessário, iniciar o tratamento com medicação.
Mas por que o psiquiatra?
Porque o psiquiatra é um médico especializado em saúde mental, ou seja, fez faculdade de medicina e depois se especializou no diagnóstico e tratamento de transtornos mentais, emocionais e comportamentais — como é o caso da ansiedade.
A ansiedade, quando se torna intensa ou frequente, pode ser um sinal de transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobia social, entre outros. E nesses casos, o psiquiatra é o profissional habilitado para conduzir o cuidado de forma segura, ética e eficaz.
Um pouco sobre mim
Sou médica psiquiatra com mais de 10 anos de experiência clínica. Fiz residência médica em psiquiatria no Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE), um dos centros mais respeitados de formação em saúde mental.
Atualmente, atendo presencialmente em São Paulo, no bairro de Moema, e também online, para quem prefere o conforto de casa. Além disso, sou médica colaboradora do Grupo de Psicoses do Instituto de Psiquiatria da USP (IPq) e coordenadora da equipe de interconsulta psiquiátrica do Hospital do Coração (HCor).
Meu trabalho é baseado em uma escuta cuidadosa, integral e individualizada. Acredito que cada pessoa tem uma história única — e o tratamento precisa respeitar isso. Quando falamos de ansiedade, essa abordagem é ainda mais importante.

Quando a ansiedade vira um problema?
Como já falamos, sentir ansiedade de vez em quando é absolutamente normal. O problema começa quando:
- A ansiedade aparece sem motivo claro
- Os sintomas são intensos e frequentes
- Há prejuízo no sono, na alimentação, na concentração ou na vida social
- A pessoa vive em constante estado de alerta ou preocupação
- Há crises de pânico, com falta de ar, coração acelerado e sensação de morte iminente
Esses são sinais de que pode haver um transtorno de ansiedade — e é fundamental procurar ajuda o quanto antes. Quanto mais cedo o cuidado começa, mais eficaz é o tratamento e menor o impacto na qualidade de vida.

Como é a primeira consulta com o psiquiatra?
Muita gente se sente ansiosa (olha ela aí de novo!) só de pensar em ir a um psiquiatra. Mas a primeira consulta é, na verdade, um momento de escuta, acolhimento e entendimento.
Durante essa conversa, eu costumo perguntar sobre:
- Os sintomas: o que você sente, com que frequência, há quanto tempo…
- Sua rotina de sono, alimentação, trabalho e relacionamentos
- Se há histórico de ansiedade ou outros transtornos mentais na família
- Como tem sido seu dia a dia, seu nível de estresse e o impacto emocional
Em alguns casos, é possível iniciar o tratamento já na primeira consulta. Em outros, podemos acompanhar por um tempo antes de definir o melhor caminho.

O tratamento da ansiedade: é sempre com remédio?
Essa é uma pergunta que ouço com frequência: “Mas doutora, vou ter que tomar remédio?”
A resposta é: depende.
Nem todo caso de ansiedade precisa de medicação. Muitas vezes, a psicoterapia (especialmente a terapia cognitivo-comportamental) já é suficiente. Em outros casos, associamos medicamentos ao processo terapêutico — e aí os resultados costumam ser ainda melhores.
Quando a medicação é indicada, ela é escolhida com muito critério, levando em conta seu perfil, histórico e preferências. Os remédios mais usados são os antidepressivos, que também atuam nos sintomas de ansiedade. Eles não causam dependência e têm um bom perfil de segurança.
Importante: não se automedique. O tratamento da ansiedade precisa ser feito por um profissional. Tomar remédio por conta própria pode piorar a situação ou mascarar os sintomas.

E a psicoterapia?
A psicoterapia é uma grande aliada no tratamento da ansiedade. Ela ajuda a entender de onde vem a ansiedade, quais pensamentos alimentam esse estado de alerta, e como você pode desenvolver novas formas de lidar com o medo, a insegurança e a pressão do dia a dia.
Eu sempre recomendo a parceria entre psiquiatra e psicólogo. Enquanto a medicação (quando indicada) ajuda a estabilizar os sintomas, a terapia aprofunda o cuidado e promove mudanças duradouras.

E se eu tiver uma crise de ansiedade?
Crises de ansiedade podem ser assustadoras — falta de ar, coração acelerado, sensação de desmaio, de que algo muito ruim vai acontecer. Muita gente vai ao pronto-socorro achando que está tendo um infarto, quando na verdade está tendo um ataque de pânico.
O ideal é procurar ajuda logo após a primeira crise, mesmo que ela passe sozinha. Isso evita que as crises se repitam e ganhem força.
Durante o tratamento, aprendemos juntos a identificar os sinais de que a crise está se aproximando e a desenvolver estratégias para lidar com ela de forma mais tranquila e segura.

Quanto tempo dura o tratamento da ansiedade?
Não existe uma regra. Alguns pacientes melhoram em poucas semanas, outros precisam de acompanhamento mais longo. O mais importante é respeitar o seu tempo e ter constância no cuidado.
Com o tratamento adequado, é possível:
- Reduzir (ou eliminar) as crises
- Retomar a qualidade do sono
- Melhorar o foco e a produtividade
- Ter mais tranquilidade no dia a dia
- Resgatar o prazer de viver
Ou seja, a ansiedade tem tratamento sim — e funciona!

Ansiedade tem cura?
É possível viver sem crises de ansiedade e recuperar totalmente a qualidade de vida. Em muitos casos, o tratamento é suspenso após um tempo, com acompanhamento profissional. Em outros, o acompanhamento é contínuo, como parte do autocuidado.
Mais do que “cura”, eu prefiro falar de controle e bem-estar. O importante é que você se sinta bem, com autonomia, segurança e leveza para viver sua vida como deseja.

Conclusão: você não precisa passar por isso sozinho(a)
Se você chegou até aqui, é sinal de que está buscando respostas — e isso já é um grande passo.
A ansiedade, apesar de comum, não deve ser ignorada. Quanto antes for identificada e tratada, mais leve será o caminho.
Se você se identificou com os sintomas, tem dúvidas ou simplesmente quer conversar, estou à disposição. Atendo em São Paulo e também online, com escuta acolhedora e um plano de cuidado individualizado.
Você não precisa enfrentar a ansiedade sozinho. Buscar ajuda é um gesto de coragem e cuidado com você mesmo.